domingo, 8 de junho de 2008

CÉU DE LONA

(Para a ida de alguém que não foi)

Sonhava
um picadeiro giratório brilhante.

Era bonito:
Bastava fechar meus olhos e já me ria
o riso frouxo dos que vêem o palhaço triste se dar bem,
o riso sádico de quem é palhaço triste e se dá bem...

Nem sei se feliz girava só
ou s'então bailávamos
por trás das cortinas
de mãos dadas,
braços dados,
almas dadas.

De súbito, um susto.
Alvoroço.
De sonâmbulo, acordo.

O palco já não é circo,
não gira sem fusíveis.

A última chuva borrou meu sonho hidrocor.

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