domingo, 10 de janeiro de 2010

FÉRIAS

Aiai, fim de férias... Pasmaceira, dorminhocagens e nada pra fazer: me obriguei a inventar! A rota Assis-Floripa permaneceu apesar dos meus intentos em conhecer a capital argentina. Assis mesmo viu minha cara só no terceiro dia, cheguei lá e saí da tumba, de leve... fiquei meio em volta da cova fazendo bolhas de sabão. Criança em casa é isso. Carrinhos, música e chinelo. Ah, Samuel! O nome mais doce das férias. Esteve na boca de todos o tempo todo. Em gritos e sustos. Tão doce quanto Lua Nova. Fui ver essa porcaria. Tristeza. Saí diabético do cinema. É muito açúcar de uma só vez. Mas Avatar salvou. Vi três vezes. E o que dizer? 3D é melhor que 2D. Maravilha! E fora da festa família de Natal e o Revéillon ginasial com amigos que já não via a séculos, li. Li horrores. Li Vazados e Molambos da Laura Erber que ganhei no Página Aberta ano passado - aliás o único, prometeu e morreu, será que volta esse ano? - e Pedro Páramo do Juan Rulfo, grande indicação do Gelson! Ainda comecei a ler Todas as cosmicômicas do Ítalo Calvino... achei bem mais ou menos, enfim!, vou terminar pra ver qualé. Empolgação mesmo é Glee. Viciante! Ouço e vejo os clipes todo dia... Saquinho! E por causa disso ainda to tocando Halo no violão. Eu mereço! Ahuahauhauhauahhu. E jogar uno. Ah, vai se foder! Só cocei essas férias. Ainda escrevi esses dois textos aí embaixo que nem gostei tanto. Dane-se ( ). Ah, tão vendendo o Sins! Podia comprar e mudar de vida... Ou mudar pra vida, que to pra morte aqui. Chega, cansei.

FELIZ NATAL

(um pouco atrasado eu sei)

O ator preparava-se no camarim. Ansiava o momento. Os refletores o esperavam para o teatrinho de fim de ano da escola de artes. Sentia algum orgulho em ser alguns instantes figura tão importante do imaginário infantil. Algo pueril até. Maquiou-se. Vestiu a roupa carmim. A barba branca, a peruca branca. E o gorro. Estava quente, era dezembro e o ar condicionado não dava conta. Suava em bicas. Sem problemas. O ruído das crianças, risos não contidos nas cochias, o excitavam ainda mais. Desejara o ano todo ser o gordo vermelho. “Merda”, desejou entre duendes e fadas em abraços acalorados no interior do camarim. E a porta foi aberta. “5 min.” alguém gritou de fora. O bom velhinho riu-se e saiu da antecâmara. Sorria feliz. As crianças logo o perceberam. Houve gritaria. Eeeee. Investiram sobre o rapaz. Nem deu tempo. “Ho-ho-ho!”. Foram suas últimas palavras. Fora devorado pelo corpo de balé infantil.

TANTO FAZ

Abriu o registro e a água desceu limpa, refrescando o corpo quente do dia quente. Sabia do desperdício. Não duraria muito. O banho. A água. E tudo. Pensou em deixar um registro do prazer de um banho e escrever laudas e mais laudas sobre o assunto, mas quem tem tanto assunto sobre banho? Talvez sobre água haveria, mas deixaria de ser manifesto, tornaria dissertação e ninguém tem mais paciência para dissertações e mestrados e doutorandos em água química, benta, biológica. Logo nem haverá água. Nem papel para dissertações sobre água. Nem árvores. Tanto faz. Tanto faz se a MTV acha o Eminem inteligente e a comunidade gay não – esses preferem a Beyoncé. E de novo tanto faz. Não haverá mais quem leia os manifestos. Ou os faça. Melhor assim. No silêncio a cura virá.

SIGAM-ME OS BONS!