sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

RESUMO IDIOTA DE GENTE

Tinha uma mania (uma quase patologia) de reduzir as pessoas a monossílabos. Por vezes carinhosos – a Na, o Lê, o Cris, a Jô, o Gu – mas nem sempre, pois tinha vezes que uma certa desconfiança adquirida à primeira vista, coisa de santo que não bate, inundava tais monossílabos de fel, gerando diminutivos – o Guinho.

O Guinho, sabe-se lá porque, não agradou mesmo. Essas barbies de boate, bombadas de albumina, que se depilam e ficam sem camisa pra se mostrar, credo. Que tipo mais odioso.

Toda vez que o cruzava no intervalo revirava os olhos e soltava um suspiro desaprovador. Que cara mala! Ainda tinha a petulância de lhe lançar olhares lascivos, que julgava provocativos (que não passavam de cumprimentos).

Ao abrir sua página, viu que o idiota tinha lhe enviado uma solicitação de amizade. Era só o que me faltava. Aceitou, por educação. Na mesma hora, piscou a janelinha do bate-papo. Oi! Eu mereço... Oi. Acontece que o cara falava e as respostas vinham sempre monossilábicas. Um poderoso tédio tomou conta do seu ser, até que parou de responder.

Nos dias seguintes, os olhares continuaram, de respeito por um lado, desrespeito pelo lado torpe.

SIGAM-ME OS BONS!