sábado, 21 de fevereiro de 2009

O ENTERRO DA TRISTEZA

O caixão desceu lacrado.
A alegria era tamanha... Desfigurara a defunta!

E a massa suava.
E a massa carpia.

Uma pá de terra.
Caía uma garoinha de confetes.
Mais uma. O cortejo já dispersava.
Uma gente em bloco, misturada.
Foram-se.


A morta posou lá.
No jazigo. Sob o epitáfio perpétuo:

Alalaô!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

ORQUESTRA QUIETA

Onde estão os clarinetes?
Onde estão?

Onde fui parar?

Saí de cabeça quente.
Rumei ao beco do meu passado,
mas ele não é mais o mesmo!

Tocava sertanejo.
Eu não gosto de sertanejo.

A cerveja desceu-me triste e pelo copo.

Caminhei mais um pouco
e deparei com o casarão dos muitos fatos,
mas ele não é mais o mesmo!

Imponente ainda,
e agora com grandes "Aluga-se" pela fachada.

A vida desceu-me triste, goela abaixo.

Onde estão os flautins?
Onde estão?

Onde tudo foi parar?

Meia-volta. Chega do passado.

SIGAM-ME OS BONS!